quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

ESTATÓLATRAS

O Presidente Lula, em mais uma de suas traduções populares, disse que “O mercado resolve o problema de quem tem prata no bolso. Mas não resolve o problema das pessoas pobres”. Nunca antes na história desse país, alguém explicou tão bem a ideologia que a Grande Imprensa chama de “estatólatra” (vide O Globo).

Todos criticam a alta carga tributária, mas não vejo nenhum membro da opinião popular (vulgos jornalista da Grande Imprensa) nos mostrar um caminho que dê dinheiro para financiar uma obra de saneamento básico, medicina profilática, educação da grande massa, etc.

Como o Estado não tem meios de financiar as obras e ações necessárias para dar um mínimo de dignidade ao povão, sem que existam impostos e mais impostos, por que não ele próprio entrar no mercado? Por que o Estado não pode ter uma grande empresa de telefonia e lançar suas ações na Bolsa, se capitalizar e utilizar os lucros provenientes da sua participação para fazer o que deve fazer em termos populares e diminuir proporcionalmente a tributação? Por que o Estado não pode ser dona de grandes bancos e especular na bolsa de valores com o mesmo intuito dito anteriormente? Por que o Estando não pode montar uma empresa de aviação eficiente, arrecadar muito e isentar todas as indústrias do IPI?

Lógico, o problema reside em um Lula da vida se tornar Presidente da República, ou um José Serra, ou um Aécio Neves, ou um Ciro Gomes, ou uma Marina Silva, ou qualquer cidadão brasileiro acima de 35 anos de idade e filiado a um partido político que se candidate e vença a eleição, com toda a certeza, utilizar essas empresas com intuitos eleitoreiros, distribuindo cargos de chefia, assentos em conselhos diretores e condução de investimentos como bem entender.

Mas, para evitar tais problemas, não seria mais fácil tornar essas empresas em entidades de capital aberto, onde a administração fosse exercida por um presidente e um conselho diretor que fosse eleito dentre alguns candidatos pertencentes ao corpo técnico especializado da empresa, por votação em Congresso Nacional ou mesmo entre todos os seus funcionários? Eu não consigo entender essa democracia tão propagada entre a Grande Imprensa, pois, se ela deve funcionar numa sociedade de 180 milhões de pessoas, por que não em um conglomerado de 1800 funcionários? Por que os editores, colunistas e presidentes destes veículos de mídia não são eleitos dentre o seu universo de assinantes e compradores de banca? (Bom, isso é mais um tema para outro artigo.)

Portanto, a defesa de um Estado mais forte deveria percorrer esse caminho: obter recursos, dentro das regras do mercado, afim de financiar o seu papel, retirando, conforme o volume de recursos obtidos de tal forma, a carga tributária das costas do povo. Pode ser uma idéia simplista, mas quem tem a perder e quem tem a ganhar com isso? Com toda a certeza o povo, pois as empresas concorrentes vão morrer de medo, afinal quem não tem alguma coisa a reclamar das empresas de telefonia, montadores de automóveis, fabricantes de sapatos, e todo o mercado nitidamente incompetente?

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